As 7 lições que aprendi como Empreendedor – e que podem ajudar você a alavancar sua carreira!

8 de julho de 2021

Não foram poucas as mudanças que tive em minha vida desde que decidi seguir pelo caminho do empreendedorismo.

Por um lado: a ausência de chefe, rotina flexível e liberdade para equilibrar minha vida pessoal e profissional, mas por outro lado: ausência de estabilidade financeira, de férias remuneradas, FGTS, 13o salário, vale refeição, carro da empresa e mais um pacote confortável de benefícios…

Mas isso não foi nada, comparado com o impacto que tive em minha rotina. Passei a me envolver em um número muito maior de atividades e tive de me tornar conhecedor de várias facetas de um negócio, que até então não conhecia.

Desde conversar com a agência de marketing, com a assessoria de imprensa, contador, gerente do banco e advogados, até resolver problemas com o site e configurar minha caixa de e-mails. Aliás, para mim não existia um “cara do TI”, era eu mesmo que precisava me virar e aprender a resolver os pepinos que eu antes delegava…

Em meio disso tudo, ainda tem o NEGÓCIO! A atenção que antes era focada apenas nessa atividade (e que foi o motivo de ter decidido abrir a empresa no primeiro momento) passa a ser dividida entre essas tantas outras tarefas.

Minha rotina se tornou um furacão de responsabilidades, e o desafio de lidar com tudo ao mesmo tempo foi uma necessidade, uma questão de sobrevivência. E eu sobrevivi, então agora compartilho com vocês um pouco desse rico aprendizado.

(Antes que você pare de ler agora, achando que é mais um texto falando sobre as mesmas coisas, leia o primeiro ponto):

1) Não tenha um To-Do List

Se você é uma pessoa atarefada, como quase todos os empreendedores e executivos que conheço, cuidado! Construir uma lista imensa de tarefas (To-Do List) pode ser a pior idéia!

Por mais contraditório que pareça, está comprovado que uma agenda cheia de atividades e uma lista interminável de tarefas, surgindo em um ritmo maior que você consegue executar, pode gerar… procrastinação!!

Pior, essas tarefas que são acrescentadas e não são cumpridas – sendo carregadas para o dia seguinte, para a semana seguinte, para o mês seguinte – trazem uma sensação de constante insatisfação e de sempre estar com o trabalho atrasado, podendo ainda trazer uma consequência extremamente negativa no longo prazo: o burnout.

Além disso, estar ocupado é uma forma de preguiça!

Pense nisso. Quantas vezes você não encheu sua agenda de atividades e entrou em um “piloto automático”? E ao final do dia, você até olha para trás com a sensação de dever cumprido… “trabalhei bastante!”

Normalmente essas atividades são aquelas em que você é BOM, são funções que você não precisa pensar para agir, e SEMPRE tem demanda para elas.

O problema é que quando você se ocupa demais, você para de pensar! E assim para de pensar modos diferentes de resolver o mesmo problema, deixando de inovar e agindo sempre da mesma forma. Com o passar do tempo, isso pode se tornar algo sério, criando hábitos que serão muito difíceis de serem quebrados.

A minha solução: semanalmente me organizo e separo apenas duas ou três atividades por dia, que devem ser cumpridas. Além disso, tenho horários bloqueados em minha agenda, destinados para cumprir as atividades realmente importantes. Isso tem me ajudado a progredir em meus projetos e obter os resultados que tenho buscado.

2) Tomar decisão é escolher o que NÃO vai fazer! Sabia?

Ao buscar a origem da palavra decisão encontrei uma resposta muito interessante: ela tem sua origem no Latim, e é formada por DE: “fora” + CAEDERE: “cortar”. Ou seja, tomar uma decisão significa, literalmente, cortar fora alguma coisa.

Os dois insumos mais valiosos do empreendedor são seu tempo e sua energia. Escolher com sabedoria onde será gasto cada um deles é fundamental para atingir um nível ideal de produtividade.

Para isso, aprendi escolher o que NÃO FAZER, para priorizar o que DEVE SER FEITO.

 

CONCENTRE-SE NAQUILO QUE VOCÊ É BOM, DELEGUE TODO O RESTO – Steve Jobs

 

Essa frase apenas fez sentido para mim depois que me tornei empreendedor. São muitas as coisas que tenho de me envolver, algumas delas são vitais ao negócio, outras não.

A minha solução: recomendo que você olhe novamente para sua agenda altamente atarefada e faça uma análise 80-20 (ou qualquer outra de sua preferência, rs). Descubra quais atividades são de fato importantes e as outras, as que não são, devem ser terceirizadas, delegadas, ou eliminadas!

Além disso, veja também quais outras tarefas que são realmente improdutivas, que roubam minutos valiosos do seu tempo e desviam seu foco. Essas devem ser eliminadas imediatamente de sua rotina: verificar seu e-mail a cada notificação, responder imediatamente cada WhatsApp recebido, navegar no Facebook / Instagram / etc.

É sério! Você deve ter lido o último parágrafo em piloto automático, mas se você parasse de ler meu texto agora e colocasse em prática somente o último parágrafo, você iria se surpreender com o resultado! Eu garanto.

3) Quem é da área de vendas, vende. E quem não é, também!

Muitas empresas que quebram têm excelentes produtos e serviços, mas fracassam por conta de uma estratégia fraca de relacionamento com seus clientes.

É compreensível que muitas pessoas tenham uma certa aversão ao termo VENDAS, a palavra “vendedor” muitas vezes soa como alguém que tenta enganar o outro, que quer forçar algo.

A verdade é que vender é uma atividade que todos nós fazemos todos os dias, a todo momento, mesmo sem perceber. Vender é meramente uma troca, uma interação entre pessoas.

E mesmo que sua função não tenha nada a ver com a área Comercial, você certamente se envolveu em atividades de troca: em uma entrevista de emprego, apresentando um projeto desenvolvido, justificando um investimento em um novo sistema, ou argumentando sobre a necessidade de contratar uma nova pessoa para sua área…

O segredo aqui está em desenvolver suas habilidades de comunicação: transmitir uma mensagem clara, apresentando os pontos fortes e os benefícios de maneira estruturada, não apenas listando os atributos, como muitos “vendedores” por aí fazem.

O problema é que pessoas que não são da área de vendas IGNORAM a necessidade dessas habilidades e a verdade é que ninguém pode se dar o luxo de ignorá-las.

4) O tal do Networking… Tão vital quanto o AR que respiramos!

Seu capital social é, de fato, seu maior ativo. Você já deve ter lido isso em vários lugares (eu mesmo já mencionei aqui): é fundamental ter uma rede colaborativa e buscar mentores para te ajudar nos problemas nas diversas áreas de sua vida.

Olhe para sua trajetória agora! Você provavelmente já passou por algumas empresas (e mesmo que tenha trabalhado em somente uma), certamente você se relacionou com seus pares, colegas de outras áreas, superiores, com o presidente da empresa, com o diretor de uma outra divisão…

Nosso objetivo nunca é (ou não deveria ser) somente ter perfomance em nossas funções profissionais. Nosso objetivo é ter performance em nossas funções E conhecer pessoas importantes no meio do caminho.

Construa relacionamentos e cresça a rede SEMPRE. Se relacione virtualmente com quem você não conseguiria encontrar pessoalmente – use a tecnologia a seu favor! Participe de grupos do seu interesse – o tal grupo de tintas metalizadas no qual você é especialista ou o grupo abrangente de gestão de pessoas.

Além disso, ter mentores pode ser mais simples do que parece, apesar de muitas pessoas se sentirem desconfortáveis em abordar pessoas altamente experientes para pedir mentoria.

Pare de tentar se virar sozinho e busque apoio em pessoas de sucesso, nas áreas que deseja desenvolver. Peça ajuda, de maneira humilde e você vai se surpreender com a quantidade de pessoas dispostas a dividir um pedaço do seu tempo para compartilhar um pouco dos aprendizados adquiridos durante a vida.

Exercício prático: Quem são as 5 pessoas que você me recomendaria agora para que eu levantasse suas referências profissionais? (Não sabe? Então construa isso agora!)

5) Estude, estude, estude… Fora da sala de aula também.

Esteja sempre em movimento, procurando maneiras para crescer e se desenvolver. Volte a ser novamente um estudante dedicado e busque aprender o máximo que puder sobre sua função – e também sobre as atividades em que deseja atuar futuramente.

Estamos no século XXI, em plena era do conhecimento, então não estou dizendo para se limitar lendo um livro aqui e ali, ou se inscrevendo em uma pós-graduação, mas abra as possibilidades: cursos de especialização (curta duração), audiolivros e podcasts (aproveitando o tempo de deslocamento entre sua casa e o trabalho), baixe (e leia) eBooks, assista vídeos (TED Talks são uma ótima forma de começar), acompanhe webinários e faça cursos online, leia sites especializados e devore conteúdos de pessoas que são referências em sua área de atuação.

Procure preencher seu tempo livre com assuntos relevantes, ao invés de se jogar na frente da TV e devorar uma nova série da Netflix.

A verdade é: você não tem mais desculpa para não saber algo! Nem falta de recursos financeiros porque encontramos muito conteúdo gratuito de qualidade atualmente, nem tempo porque quem diz não ter tempo se declara um péssimo administrador, nem nada.

Ao invés de reclamar daquela promoção que não vem ou do emprego que não consegue, que tal investir mais em você? TODAS, sem exceção, todas as pessoas que eu conheço que nunca ficam sem emprego e que estão sempre prosperando na carreira são “enciclopédias” ambulantes, extremamente cultas e dedicadas.

Quem você quer ser quando crescer?

6) Não é sempre que você ganha

Esse foi uma lição aprendida a duras penas. No seu Business Plan – seja do seu negócio, da sua carreira ou da sua vida – nem sempre o que foi planejado se realiza e se existe alguma certeza é que em algum momento você vai perder.

E está tudo bem. O que vai fazer a diferença é a maneira como você vai reagir a isso! A inteligência emocional é o que muitas vezes diferencia o vencedor do perdedor.

Quando você perder – porque é só uma questão de quando, não de “se” – você terá 2 caminhos:

  1. Se sentir um derrotado, entrar naquele espiral negativo do “nada vai dar certo” e desistir do plano difícil, correndo pro plano mais fácil.
  2. Esmiuçar sua perda, descobrir onde errou, o que poderia ter feito melhor e entender a derrota como parte do processo. (Você conhece as histórias desses 11 “derrotados”?? Dica: estou falando de Walt Disney, Michael Jordan, Oprah e alguns outros…)

7) Esteja sempre envolvido em mais de um projeto

Sempre. Pelo menos dois. Essa é o maior aprendizado que tive como empreendedor.

Se existe algo em comum entre todas as grandes pessoas de sucesso ao longo da história, é estar envolvido em mais de um projeto.

Hoje eu tenho três e comecei a me envolver em um quarto.

“…mas isso não significa falta de foco??”

Depende. Vou explicar minha estratégia:

Meu negócio é um, claro e rentável, em que sou especialista e tenho nele minha principal fonte de renda. Esse eu chamo de PROJETO ATUAL.

Os outros projetos devem ser sempre encarados como PROJETOS FUTUROS, até o momento de terem recorrência, rentabilidade e solidez, com condições de assim de serem promovidos ao status de um PROJETO ATUAL.

Essa forma de encarar os projetos me permitem duas coisas:

  1. Dar atenção à atividade que é mais importante. Afinal, é ela que paga as contas;
  2. Pensar fora da caixa e realmente inovar nos novos projetos, uma vez que eles ainda não são fundamentais para minha sobrevivência, então posso utilizar todas as ferramentas de inovação para eles, testar protótipos e abordagens diferentes, tendo condições de voltar atrás caso não apresentem o resultado esperado.

A partir do momento que um projeto FUTURO se torna ATUAL, me organizo de forma a rentabilizar ao máximo minha carteira e mantenho meu foco em buscar novos PROJETOS FUTUROS.

Quando a espiral se torna positiva, estou sempre olhando para fora, avaliando novas oportunidades, mas tendo a “segurança” que meus negócios principais (conjunto de ATUAIS) estão sendo rentáveis.

Essa mentalidade pode ser muito bem aplicada a todos os profissionais, mesmo em quem não é um empreendedor.

Esse PROJETO FUTURO pode ser: se envolver no lançamento de um novo produto, ou desenvolver uma nova área que ainda não existe, ou até atuar em um departamento subutilizado de sua empresa, com perspectivas de crescimento futuro.

Pode ainda ser o começo de uma mudança de área (mudança lateral), ou o desenvolvimento uma fonte de renda complementar, como por exemplo: dando aulas, apoiando empreendimentos de outras pessoas, atuando como consultor ou mesmo organizando grupos e eventos específicos de sua área.

Pode ser que você não consiga fazer isso em sua empresa, mas nem por isso você deve desistir. Seja voluntário, forneça seus conhecimentos para alguém e assuma responsabilidades em outros locais.

O que importa é se envolver em novos projetos, assumir novas responsabilidades, sair de sua zona de conforto para se desenvolver.

Certamente isso vai fazer você vai trabalhar depois do expediente, talvez em alguns finais de semanas. Entretanto, depois de algum esforço você vai começar a entender como uma pessoa de sucesso chegou nessa posição. Não foi por acaso, nem foi fácil.

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Me despeço aqui perguntando:

Quantos textos como esse você já leu, mas ainda não aplicou em sua vida? E quantos você ainda precisará ler para incorporar as lições aprendidas e poder se tornar a pessoa que você tanto quer ser? Espero que tenha esse sido seu último!

 

Fernando Paiva – Headhunter